Para irem sabendo de mim...

29 junho 2007

Consciência ecológica

A minha consciência ecológica chega a ser cansativa. Pratico arduamente o primeiro R (reduzir). Cada saco de plástico utilizado é ponderado e a decisão de pegar num novo é quase sofrida. Não compro toalhetes húmidos, não gosto de guardanapos de papel, não deixo luzes acesas pela casa, não quero ar condicionado e gosto de andar de transportes públicos.
Em Lisboa tinha um saco de sacos de plástico que levava para a praça. Já era conhecida pela menina que não quer sacos. Isto depois de incontáveis Não os quero acumular em casa ou São muito maus para o ambiente, face às bocas abertas e aos olhares de espanto. Muitas vezes resisti à tentação de um discurso mais longo: a energia monumental necessária para fazer um saco de plástico, o tempo infinito que leva a degradar-se, as consequências desastrosas para os ecossistemas do plástico acumulado...
Aqui, no país das contradições, encontro mais uma. Choca-me o abrangente e rotineiro descartável e agrada-me o Do you need a bag? em todas as lojas.

Nota: o Não faz mal porque se recicla, não é desculpa. Há que Reduzir primeiro que tudo. E, by the way, os sacos de plástico não se reciclam.

23 junho 2007

Rudy


2500 Km: uma carrinha (Rudy), um atrelado, 2 caiaques, 4 pessoas e dois cães.

Baja



A Baja entranha-se-me. O calor, a paisagem, as pessoas, a comida. A transição da paisagem ao longo das milhas. O deserto de planícies a perder de vista, os cactos, as pedras gigantes e o mar. A Baja é misticamente latina e por isso gosto dela. Gosto da simplicidade calorosa dos mexicanos, dos buracos na estrada, dos tacos caseiros e do espanhol da américa do sul.

13 junho 2007

Adeus e até ao meu regresso

A minha sina é esperar. Sempre fui muito cumpridora. De regras, de horários, de prazos. A maioria das vezes sou mesmo adiantada. Espero, portanto.
Em miúda cumpria seriamente as regras: "um gelado (de leite) por dia" e "um sumol no restaurante".
O estudo para os exames da faculdade era bem organizado. Planeava os meus horários de forma a me permitir estudar (leia-se passar a tarde na conversa) no CCB com a Cristina e o João (até hoje eles não sabem, mas o estudo já estava bem adiantado nos dias em que me juntava a eles).
Não me lembro de ter falhado um prazo (minto, já entreguei uma revisão de um artigo após o email de aviso, mas foi logo no dia seguinte).
Tenho uma candidatura a pós-doutoramento pronta desde Março e uma tese escrita faz já 3 semanas. Espero por um concurso e espero por comentários. Espero, portanto.
Desta vez estou mesmo farta de esperar. Vou ao México, portanto.

11 junho 2007

Abraços, da Califórnia

Hoje mandei-lhe abraços virtuais. Um para cada uma e bem apertados. A minha mãe também lhos deu, mas mesmo assim queria estar lá para os dar pessoalmente. Gosto de pensar que talvez as pudesse confortar um bocadinho, como elas já me confortaram tão bem. A vida é mesmo uma pena que paira ao sabor do vento e que, a um sopro mais forte, vai parar não se sabe onde. Parece mesmo que "Para sempre só a música". Tem-me apetecido chorar um bocadinho e também dizer asneiras.

07 junho 2007

Três anos depois

Os nossos primeiros hóspedes são franceses. Damos guarida à colega Céline e ao pai que a veio visitar. A Céline é novinha. Tem vinte e poucos anos e está maravilhada por cá estar. Revejo-me nela. O seu entusiasmo lembra-me o meu na primeira vez que cá estive, a vontade de mostrar as coisas ao pai assemelha-se à minha quando passeei a minha mãe. Agora não estou maravilhada, estou só satisfeita. O entusiasmo contuinua mas não é tão gritante. É mais sereno e menos exuberante, mas nem por isso menos sentido. Talvez seja simplesmente mais amadurecido.

03 junho 2007

Pequenos (grandes) prazeres


- Acordar de uma sesta curta com a sensação de que dormi várias horas

- Acordar a meio da noite sem saber onde estou e perceber que ele está ali ao lado
- Fazer máquinas de roupa e estendendê-la
- Frutos vermelhos, queijo e chocolate
- Ir à praça comprar fruta e legumes
- Ler
- Tomar o pequeno-almoço fora aos fins-de-semana
- O segundo em que deito a cabeça na almofada depois de ter apagado a luz para dormir
- Fazer de poleiro para a Ginja
- Nao ter nada para contar à minha mãe, mas telefonar-lhe à mesma
- Os jantares (geralmente no Gravatas) com o meu pai
- Pensar que sou a irmã do meu irmão
- Ouvir a minha avó ao telefone e notar-lhe no tom de voz que está satisfeita
- Chegar a Ribamar e saber que tenho todo o fim-de-semana pela frente
- Deitar-me na toalha, de barriga para baixo, depois de um mergulho no mar
- Cumprir tarefas (sejam elas quais forem)
- O “Vera” sempre igual da Adriana quando lhe telefono
- Não ter nada para fazer e ir a um café comer um bolo de chocolate com o meu livro do momento
- Escrever no meu blog