Eu sei que eles andam por aí. Ia até prevenida que abundam na Florida. Mesmo assim o queixo caiu-me(nos) na mesa do almoço. O moço é biólogo de profissão. Tipo novo, simpático mas de poucas palavras. Já lhe tínhamos notado o particular silêncio quando adaptação e evolução vinham à baila. No último dia resolveu abrir o jogo: é criacionista! Uns segundos de silêncio para recuperar o fôlego, seguidos de sessão de perguntas e respostas. Acredita que o mundo tem seis mil anos (ou coisa que o valha), na arca de Noé e no dilúvio. Eu calada. Estupefacta. À medida que o discurso se foi articulando oscilei entre indignação, riso e tristeza. Provavelmente por esta ordem. Comportei-me, controlei-me. Guardei toda a minha energia e pensamento claro para, de uma só golfada, esclarecer: nós não acreditamos em evolução por selecção natural, nós aceitamos-la, porque é uma teoria cientificamente suportada (maneira airosa de lhe dizer que fizesse o que quisesse com a fé dele, mas que não a metesse na ciência).
No dia exacto do centésimo quinquagésimo aniversário da teoria da evolução por selecção natural, aqui fica o meu muito modesto contributo para a sua celebração.
*Sempre que passo pelo gabinete da Hopi sorrio ao ler-lhe a frase do postal colado na porta
No dia exacto do centésimo quinquagésimo aniversário da teoria da evolução por selecção natural, aqui fica o meu muito modesto contributo para a sua celebração.
*Sempre que passo pelo gabinete da Hopi sorrio ao ler-lhe a frase do postal colado na porta
1 comentário:
Fiquei a saber há pouco tempo que no conceituado colégio ingls, aqui em Lisboa, é uma opção para os alunos assistirem ou não às aulas de biologia sobrea teoria da evolução. E que os professores devem avisar qd vão abordar essa matéria.
Manda-me um postal desses!
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