Para irem sabendo de mim...

29 dezembro 2006

Compreender o silêncio

Não gosto nada do silêncio dele. Mesmo agora que já não o dramatizo por já o conhecer melhor e mesmo sabendo que não sou a responsável pelo seu silêncio, custa-me bastante. Também sei que não há nada a fazer a não ser uma conversa curtinha e deixar passar. No fundo faz parte dele e também é por isso que o amo tanto.

28 dezembro 2006

Passou-se (passaram-se)

Passou-se mais um, ou melhor, passaram-se mais 3 (em 1). Agora tento cumprir a promessa de não fazer férias entre o Natal e a entrada em 2007. Mas a inércia impõe-se, e o cãozinho que veio passar este dias cá a casa (quentinho ao meu colo) também não ajuda.

24 dezembro 2006

Rezar

"Baixinho, Quina começou a rezar. (...) Não era uma prece litúrgica. Era mais. Era um clamar doce, imperativo, um alento de fé tão cheio de pura espiritualidade como só se encontra nesses clãs primitivos, para quem a solidão e a natureza são excelsas formas de pensamento e apelo de união com o mistério protector e terrível."

Agustina Bessa-Luís, in "A Sibila"

23 dezembro 2006

Natal

Ainda não tenho bem a certeza mas acho que não gosto muito do Natal. Cansa-me a correria, chateia-me o dogma do "é tão bonito estar com a família nesta altura" e fico sempre de mau humor. Gosto dos doces, do quentinho das lareiras do meu avô e do meu pai e da certeza de receber cuecas como presente da minha avó.

21 dezembro 2006

Dúvida

Não sei o que é maior: o tempo e trabalho de escrever um artigo ou a satisfação se o ver publicado numa revista de que gosto.

20 dezembro 2006

Conversa de jantar

Conclusão da conversa do jantar de ontem (a propósito dos novos índices de rendimento médio dos países da UE): Portugal está empobrecido (e continua a empobrecer) porque é um país de cunhas, escândalos e do desenrasca. Temos que optar por temas de conversa mais animadores...

13 dezembro 2006

Tia

Hoje faria anos a minha única tia. Acho que nunca o disse a ninguém, nem à minha mãe, mas tenho uma imensa pena de não a ter conhecido em idade que pelo menos me permitisse ter uma recordação dela. Mesmo assim, já chorei (e choro) por ela.

Descaramento

Às vezes penso que já nada me surpreende, mas ver no telejornal um senhor engravatado de Israel a dizer que foi muito mau outro senhor engravatado de Israel admitir que o país tem armas nucleares, porque isso vai contra a sua "estratégia de indefinição nuclear" é muito descaramento. Já lhe ouvi chamar mentira e hipocrisia, mas nunca "estratégia de indefinição". Melhor só mesmo a justificação da estratégia "é que se assumirmos, os países que querem ter armas nucleares podem usar o argumento de que se nós temos eles também podem ter". Conclusão: mentir e enganar (porque para mim, e para o mundo, não se trata de omissão), para não deixar que se use um argumento totalmente válido.

12 dezembro 2006

Nasty and bitter email

Ontem, ao ler aquele email cheio de amargura e mentiras fiquei triste, muito triste. Hoje, depois da resposta enviada, onde o email vai classificado de "nasty and bitter", estou chocada com a maldade e injustiça de certas pessoas e continuo triste, muito triste por estas coisas acontecerem e eu ter de lidar com elas.

Kofi Annan

“Face a estes perigos [proliferação nuclear, alterações climáticas, terrorismo e pandemias], nenhum país pode garantir a segurança enquanto tenta dominar os outros. Partilhamos todos a responsabilidade pela segurança de cada um”

Kofi Annan (o ídolo do Ric) fazendo um balanço de dez anos à frente da ONU e criticando claramente o unilateralismo dos EUA.

06 dezembro 2006

Dever cumprido

Às Quartas-feiras, quando saio da Lusófona (perto da meia-noite) após um dia de trabalho e de 6 horas de aulas dadas, sou invadida por uma saborosa sensação de dever cumprido.

04 dezembro 2006

Parabéns atrasados

Gostei dos (2) parabéns atrasados: "eu sei que tu fazes anos dia 3 e nunca me esqueço, eu não sabia é que ontem era dia 3..." Sem desculpas e até com graça.

Modéstia (ou a ausência dela)

Uma das características que mais me irrita numa pessoa que acabo de conhecer é a falta de modéstia (normalmente associada à ausência de noção do ridículo). Pior só mesmo a falsa modéstia. Isto a propósito do meu novo colega das aulas de francês, um tipo engravatado de 60 anos que fez questão de dar a entender (nos longos 10 minutos que durou o intervalo da aula) que estudou nos Estados Unidos, que foi ao ginásio antes de ir para a aula, que vê a TV5 todos os dias e que "não há nada melhor que uma boa teoria, menina" (a menina era eu). A minha táctica: ignorar e rir para dentro.

01 dezembro 2006

Pico

Vi o pico do Pico com neve, comi inhame e queijo do Pico. Por um dia a tempestade isolou a ilha envolvida por um mar forte e revolto. Ouvi e falei, bati palmas e bateram-mas também.